Conclusão

Em síntese a imagem de marca de um político só é conquistada graças à equipa de assessores que são contratados para o defender. Toda a estratégia implementada é meticulosamente preparada antes de chegar aos jornalistas. Tudo é estrategicamente engendrado desde o discurso do politico, a sua postura em público, as ideias que denfende, etc.

Principalmente durante as campanhas eleitorais, o candidato é como que transformado num produto para venda com caracteristicas muito próprias em que o cidadão comum se consegue identificar.

Actualmente, na sociedade contemporânea as estratégias de sedução não pretendem unicamente passar uma imagem positiva do político, mas mais que isso, pretende criar um mero entertenimento ao cidadão tranformando a realidade numa mentira intelectualizada.

Para o assessor não é fácil elaborar uma estratégia, é preciso muito empenho e dedicação. Quando ao serviço de um político, o assessor mente frequentemente, porque a manipulação é sem duvida uma das armas mais eficazes na política. Quando um assessor não basta, o político contrata o "spin doctor" para encenar ainda mais as suas acções.

Basicamente tudo é permitido na política desde que no fim o político consiga ganhar as eleições.

Citação

"In order to become the master, the politician poses as the servant." - Charles de Gaulle

Manobras na Casa Branca

Acho que este filme é o colmatar de toda a informação reunida na disciplina de Estratégias da Comunicação para este semestre.


O filme leva-nos a conhecer os segredos por detrás de um "spin doctor", quais as suas estratégias e manobras de manipulação da comunicação social. No decorrer deste filme, vemos como a manipulação da informação pode ser levada ao extremo, o chamado "spining" da informação.

Neste caso o presidente vê-se envolvido num escândalo sexual, em que supostamente é acusado de se ter envolvido com uma escuteira. A 11 dias das eleições o assédio é descoberto. O jornal "Washington Post" vai publicar uma noticia sobre o sucedido, e então o presidente decide contratar um "spin doctor" (Robert De Niro). De imediato o "spin doctor" engendra um plano para distrair os media durante esses 11 dias. Durante esse tempo o "spin doctor" inventa uma série de acontecimentos fictícios como, por exemplo, o adoecimento do presidente, encena uma guerra, apenas por considerar a mentira como sendo "um óptimo espectáculo".

O “spining” da informação é basicamente inventar informação com o intuito de chegar rapidamente aos órgãos de comunicação. No “spining” uma das regras de ouro é o facto de "spin doctor" manter sempre o anonimato para que não seja descoberta a sua identidade e muito menos a identidade da entidade que representa.

No filme, assim como, muitas vezes no dia-a-dia, manipula-se a realidade, fazem-se manobras de diversão, sabota-se adversários, criam-se eventos fictícios, inventam-se heróis e, por conseguinte, a realidade torna-se cada vez mais artificializada. Através de "focus group" (estudos de opinião) ou através de sondagens pode-se determinar qual a reacção das pessoas face a uma determinada estratégia, mais do que isso, pode-se determinar o que os eleitores querem ouvir, mediando a estratégia consuante as suas necessidades. Outra alternativa, pode ser o recurso ao chamado "sound bite". O "sound bite" é normalmente utilizado pelo político nos seus discursos. Pode ser facilmente confundido com o slogan, mas é muito mais que isso. São frases curtas, mas que causam grande impacto nos jornalistas e na opinião pública. O Marketing Político é basicamente tudo o que foi anteriormente referido.

É no entanto importante não confundir Marketing Político e Marketing Eleitoral. O Marketing Político dedica-se à promoção e defesa do político durante a totalidade do seu mandato, no caso do Marketing Eleitoral a promoção do político mantêm-se apenas durante a época das eleições.

Comunicação de Crise

A Comunicação de Crise na política é sem dúvida um tema muito delicado. A crise é sempre inconveniente para os políticos. Tudo é minuciosamente preparado para que nada falhe, quando nem tudo corre como planeado as culpas rapidamente são atribuídas aos responsáveis.

A crise surge muitas vezes associada à catástrofe, em episódios como “Stirred” e “Things Fall Apart”. No primeiro, a crise surge quando um veículo que transportava urânio empobrecido choca frontalmente com outro veículo num túnel nas Montanhas Seven Devir, em Idaho. Existe a possibilidade de contaminação da população que vive a 32 km do local do acidente. A segurança nacional é chamada ao local. Descobre-se mais tarde que um dos camiões que transportava resíduos nucleares tinha sido roubado há duas semanas. O que fazer? O presidente decide que a população deve ser de imediato evacuada para um refúgio provisório em Elk Korn. Alguns defendem que essa medida só irá surtir o pânico e o caos. Mas mesmo assim o presidente decide que é o mais acertado a fazer-se.

Qual é finalidade deste episódio? O importante é dizer-se sempre a verdade, ou seja, não ocultar factos que possam pôr em causa a sobrevivência dos cidadãos. É claro que a verdade deve ser comedida, para evitar situações de pânico, mas deve ser dita. Os cidadãos devem sempre estar cientes da situação em que se encontram, caso contrario, cidadãos desinformados são, sem dúvida, cidadãos mais expostos e mais frágeis a situações adversas.

Na Casa Branca os assessores debatem-se com outro problema, a fuga de informação. Enquanto os assessores estabelecem um estratégia eleitoral para eleger o vice-presidente, Josh afirma, em tom de piada, que o novo vice-presidente só seria elegido graças ao vice-presidente do momento, Bob Russell. Essa informação rapidamente se espalha pelos órgãos de comunicação. O vice-presidente corre o risco de perder um terço dos votos do Texas e da Florida.

Neste episódio, Leo vai a uma sessão dos Alcoólicos Anónimos (AA), encontrando Bob Russell no local. Leo decide candidatar-se a vice-presidente e discute essa hipótese com os assessores. Principalmente a CJ acha que isso será impossível por causa dos seus problemas com o álcool. Leo fala com o vice-presidente, que também é ex-alcoólico, e aconselha-o a falar com o presidente sobre os seus problemas com o álcool. Em conversa com o presidente e os assessores, Bob Russell, pode correr o risco de ver a sua campanha anulada caso o facto de ele ser ex-alcoólatra chegue à comunicação social. Bob Russell decide retirar o seu nome da campanha.
Em “Things Fall Apart” acontece um episódio semelhante, a fuga de informação e a catástrofe. Um grupo de astronautas fica preso num vaivém, numa estação espacial correndo o risco de ficar sem oxigénio em 3 semanas.

Enquanto isso, o presidente Bartlet é cada vez mais criticado na TV, aparecendo inclusive comediantes a gozar com a prestação de Bartlet como presidente.

Como é que se ultrapassa uma crise? Acho que a cima de tudo, é tirar o máximo partido dos media. É fazer chegar a informação que se deseja que chegue aos media, sem que eles se quer se apercebam. Governar é sem dúvida "a arte de fazer querer". Se um político não conseguir conquistar os media, sem dúvida não vai conseguir conquistar eleitores. Na política tudo se tornou num espéctáculo com actores e várias encenações. Tudo isso só é possivel se o político tiver à sua disposição um bom grupo de assessores e uma boa estratégia de comunicação.

Citação

Don't hate the media, become the media - Jello Biafra

Nos primeiros episódios que visionamos, tivemos a oportunidade de ver como o boato pode ganhar dimensões enormes.

No episodio "18th and Potomac", o presidente Bartlet sente-se mal, descobrindo mais tarde que tem esclerose múltipla. Rumores sobre a sua doença espalham-se pela Internet, os assessores estão preocupados e decidem falar com a imprensa no dia seguinte. Os seus eleitores começam a desconfiar da actuação da Casa Branca e acusam o presidente de ocultar a sua doença. Neste caso o que se deve fazer? Como agir? Devemos responder ou não aos rumores?

Neste caso, penso que sim. Face a gravidade de tais informações o presidente deve satisfazer a vontade dos mais curiosos e ser o mais verdadeiro possível face aos seus eleitores. Penso que mesmo neste tipo de situações em que envolve casos dramáticos, como doenças, pode muito bem significar o aumento de simpatizantes pelo presidente, isto porque, comove as pessoas e gere movimentos de solidariedade. Mas neste caso não foi o que aconteceu.

Decidem fazer uma sondagem sobre a satisfação das pessoas em relação ao presidente, 63% das pessoas afirmam não votar no presidente por ter esclerose múltipla. A crise instala-se. Os assessores aconselham o presidente a contar toda a verdade através de uma entrevista em directo e em conferencia de imprensa. O presidente decide aceitar, admitindo em directo que errou e dá a conhecer ao público, a sua doença.

De facto, são este tipo de situações que fazem toda a diferença. O político deve sempre agir de duas formas, se o rumor for falso deve-se desmentir, caso seja verdadeiro, o melhor é mesmo admiti-lo e pedir desculpas. Basicamente, sair com a dignidade que ainda lhe resta. Existem ainda outros casos, em que o rumor deve ser ignorado. Porquê amplificar o valor de uma notícia quando esse facto pode-nos prejudicar ainda mais? Isto é muito frequente na política, nomeadamente em campanhas negativas. É frequente o político querer publicitar uma imagem negativa do opositor, acusando-o de "certas e determinadas coisas". Por outro lado, pode apostar na contratação de um detective/investigador, para vasculhar a vida do adversário com o objectivo de descobrir os seus "podres".

No episódio "Life on Mars", um repórter acusa a Casa Branca de saber informações sobre um relatório da NASA. Supostamente nesse relatório existem dados sobre a existência de vida em Marte.

Entretanto, Sam Seaborn desconfia que o vice-presidente está a divulgar informações confidenciais a um repórter. Este facto é comprovado pelo mesmo, mais tarde, através do registo de chamadas feitas pelo vice-presidente. Sam decide falar com a CJ para divulgar o caso. Por sua vez, CJ telefona para o jornalista Stu Wickle que confirma as suas suspeitas. O vice-presidente decide demitir-se. O presidente aconselha-o a não o fazer, mas ele acaba mesmo por se demitir. Como é que este tipo de situações é amplificado pelos media e visto pela opinião pública? O político fica mal visto, é considerado um impostor, incapaz de admitir os seus erros. Provavelmente este politico jamais terá a oportunidade de voltar a entrar no mundo da politica, porque infelizmente são os maus episódios que marcam mais o público. A melhor estratégia começa sempre por conquistar os próprios media.

Na política, os assessores são potenciais catalizadores de controvérsia e polémica. Normalmente ou estão muito bem preparados e fazem tudo ao seu alcance para destruir a imagem do opositor, ou então estão mal preparados, não sabem agir perante os jornalistas em, por exemplo, uma conferência de imprensa e apresentam uma fraca conduta profissional.

É claro que quanto mais ambicioso for o objectivo da campanha política, mais subtil será a estratégia de comunicação dos assessores. As primeiras vitímas da estratégia são os jornalistas, numa espécie de colaboração passiva.

É frequente na política, os políticos utilizarem os jornalistas na promoção da sua campanha, quando necessitam deles para trazer um caso ao público, utilizam-nos, quando a campanha corre mal, acusam-nos, descredibilizando as suas acções.

No episódio "Celestial Navigation", CJ não pode estar presente na conferência de imprensa e Josh oferece-se para o fazer. O resultado foi muito negativo. Quais as consequências? A imagem da pessoa que representamos fica demasiado exposta, muita informação confidencial é revelada acidentalmente, muitas das vezes por pressão dos jornalistas.

Neste episódio, Josh responde com sarcasmo às perguntas dos jornalistas, e acaba por cometer um erro, confirma uma informação falsa dada por um jornalista, que afirmava existir um plano secreto engendrado pela Casa Branca para combater a inflação, colocando-se a ele próprio numa situação muito delicada e com sérias repercussões.

Em suma, o assessor quando exposto aos media tem de saber falar e agir mediante os interesses da empresa ou entidade que representa. O mesmo deve saber lidar com a pressão do jornalista, respondendo às perguntas consoante lhe for conveniente para a sua estratégia. Não deve jamais responder com ironia ou sarcasmo, pois pressupõe desinteresse, e mais grave que isso, leva a conclusões precipitadas.


Citação

What do politicians and pro wrestlers have in common?... They're mostly overweight white guys pretending to hurt each other.

Introdução

Este blog vai abordar o tema "Comunicação de Crise" no ramo da política, tendo em conta os episódios que foram visionados na aula sobre a série "Os Homens do Presidente".

Como se sabe a Comunicação de Crise na política é muitas vezes feita segundo a manipulação dos jornalistas e, por conseguinte, a manipulação da própria opinião pública. Tudo na política vale, a mentira, a deturpação da verdade, a ocultação de certos factos, a descredibilização da imagem de um opositor político, tudo para que a imagem e reputação do político, fique sempre salvaguardada em situações desfavoráveis.

De facto, nestas situações os assessores são responsáveis por gerir a imagem do político que representam, transmitindo ao jornalista uma realidade que nem sempre é a mais honesta e transparente. Por sua vez, é o jornalista que dá a conhecer novas informações à opinião pública.

Em campanhas eleitorais é muito frequente recorrer-se a campanhas negativas, para que o adversário perca pontos na vitória, assim como, da verdade passa-se facilmente para a mentira e aposta-se em muito nos rumores e nos boatos. Isto funciona simplesmente pelo facto de trazer desconfiança ao eleitor, que desta forma poderá não votar no mesmo político ou pelo menos não o irá ver com os mesmo olhos.

Todos este conceitos e temáticas serão abordadas nas próximas publicações, incluindo possivelmente na sua leitura alguns videos e citações que a meu ver sejam significativas.