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Don't hate the media, become the media - Jello Biafra

Nos primeiros episódios que visionamos, tivemos a oportunidade de ver como o boato pode ganhar dimensões enormes.

No episodio "18th and Potomac", o presidente Bartlet sente-se mal, descobrindo mais tarde que tem esclerose múltipla. Rumores sobre a sua doença espalham-se pela Internet, os assessores estão preocupados e decidem falar com a imprensa no dia seguinte. Os seus eleitores começam a desconfiar da actuação da Casa Branca e acusam o presidente de ocultar a sua doença. Neste caso o que se deve fazer? Como agir? Devemos responder ou não aos rumores?

Neste caso, penso que sim. Face a gravidade de tais informações o presidente deve satisfazer a vontade dos mais curiosos e ser o mais verdadeiro possível face aos seus eleitores. Penso que mesmo neste tipo de situações em que envolve casos dramáticos, como doenças, pode muito bem significar o aumento de simpatizantes pelo presidente, isto porque, comove as pessoas e gere movimentos de solidariedade. Mas neste caso não foi o que aconteceu.

Decidem fazer uma sondagem sobre a satisfação das pessoas em relação ao presidente, 63% das pessoas afirmam não votar no presidente por ter esclerose múltipla. A crise instala-se. Os assessores aconselham o presidente a contar toda a verdade através de uma entrevista em directo e em conferencia de imprensa. O presidente decide aceitar, admitindo em directo que errou e dá a conhecer ao público, a sua doença.

De facto, são este tipo de situações que fazem toda a diferença. O político deve sempre agir de duas formas, se o rumor for falso deve-se desmentir, caso seja verdadeiro, o melhor é mesmo admiti-lo e pedir desculpas. Basicamente, sair com a dignidade que ainda lhe resta. Existem ainda outros casos, em que o rumor deve ser ignorado. Porquê amplificar o valor de uma notícia quando esse facto pode-nos prejudicar ainda mais? Isto é muito frequente na política, nomeadamente em campanhas negativas. É frequente o político querer publicitar uma imagem negativa do opositor, acusando-o de "certas e determinadas coisas". Por outro lado, pode apostar na contratação de um detective/investigador, para vasculhar a vida do adversário com o objectivo de descobrir os seus "podres".

No episódio "Life on Mars", um repórter acusa a Casa Branca de saber informações sobre um relatório da NASA. Supostamente nesse relatório existem dados sobre a existência de vida em Marte.

Entretanto, Sam Seaborn desconfia que o vice-presidente está a divulgar informações confidenciais a um repórter. Este facto é comprovado pelo mesmo, mais tarde, através do registo de chamadas feitas pelo vice-presidente. Sam decide falar com a CJ para divulgar o caso. Por sua vez, CJ telefona para o jornalista Stu Wickle que confirma as suas suspeitas. O vice-presidente decide demitir-se. O presidente aconselha-o a não o fazer, mas ele acaba mesmo por se demitir. Como é que este tipo de situações é amplificado pelos media e visto pela opinião pública? O político fica mal visto, é considerado um impostor, incapaz de admitir os seus erros. Provavelmente este politico jamais terá a oportunidade de voltar a entrar no mundo da politica, porque infelizmente são os maus episódios que marcam mais o público. A melhor estratégia começa sempre por conquistar os próprios media.

Na política, os assessores são potenciais catalizadores de controvérsia e polémica. Normalmente ou estão muito bem preparados e fazem tudo ao seu alcance para destruir a imagem do opositor, ou então estão mal preparados, não sabem agir perante os jornalistas em, por exemplo, uma conferência de imprensa e apresentam uma fraca conduta profissional.

É claro que quanto mais ambicioso for o objectivo da campanha política, mais subtil será a estratégia de comunicação dos assessores. As primeiras vitímas da estratégia são os jornalistas, numa espécie de colaboração passiva.

É frequente na política, os políticos utilizarem os jornalistas na promoção da sua campanha, quando necessitam deles para trazer um caso ao público, utilizam-nos, quando a campanha corre mal, acusam-nos, descredibilizando as suas acções.

No episódio "Celestial Navigation", CJ não pode estar presente na conferência de imprensa e Josh oferece-se para o fazer. O resultado foi muito negativo. Quais as consequências? A imagem da pessoa que representamos fica demasiado exposta, muita informação confidencial é revelada acidentalmente, muitas das vezes por pressão dos jornalistas.

Neste episódio, Josh responde com sarcasmo às perguntas dos jornalistas, e acaba por cometer um erro, confirma uma informação falsa dada por um jornalista, que afirmava existir um plano secreto engendrado pela Casa Branca para combater a inflação, colocando-se a ele próprio numa situação muito delicada e com sérias repercussões.

Em suma, o assessor quando exposto aos media tem de saber falar e agir mediante os interesses da empresa ou entidade que representa. O mesmo deve saber lidar com a pressão do jornalista, respondendo às perguntas consoante lhe for conveniente para a sua estratégia. Não deve jamais responder com ironia ou sarcasmo, pois pressupõe desinteresse, e mais grave que isso, leva a conclusões precipitadas.


Citação

What do politicians and pro wrestlers have in common?... They're mostly overweight white guys pretending to hurt each other.

Introdução

Este blog vai abordar o tema "Comunicação de Crise" no ramo da política, tendo em conta os episódios que foram visionados na aula sobre a série "Os Homens do Presidente".

Como se sabe a Comunicação de Crise na política é muitas vezes feita segundo a manipulação dos jornalistas e, por conseguinte, a manipulação da própria opinião pública. Tudo na política vale, a mentira, a deturpação da verdade, a ocultação de certos factos, a descredibilização da imagem de um opositor político, tudo para que a imagem e reputação do político, fique sempre salvaguardada em situações desfavoráveis.

De facto, nestas situações os assessores são responsáveis por gerir a imagem do político que representam, transmitindo ao jornalista uma realidade que nem sempre é a mais honesta e transparente. Por sua vez, é o jornalista que dá a conhecer novas informações à opinião pública.

Em campanhas eleitorais é muito frequente recorrer-se a campanhas negativas, para que o adversário perca pontos na vitória, assim como, da verdade passa-se facilmente para a mentira e aposta-se em muito nos rumores e nos boatos. Isto funciona simplesmente pelo facto de trazer desconfiança ao eleitor, que desta forma poderá não votar no mesmo político ou pelo menos não o irá ver com os mesmo olhos.

Todos este conceitos e temáticas serão abordadas nas próximas publicações, incluindo possivelmente na sua leitura alguns videos e citações que a meu ver sejam significativas.

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